Dez universidades federais mais jovens ocupam as últimas posições no ranking

Mais opções
Publicidade

As dez mais jovens universidades federais do país têm enfrentado problemas para cumprir sua principal missão: garantir um ensino de qualidade em regiões afastadas dos eixos de pesquisa.

São instituições localizadas na Amazônia, no sul e no oeste da Bahia, no Ceará e no interior da região Sul.

Juntas, promoveram a última grande interiorização do ensino público superior no país, que fez crescer em 73% o número de matrículas e em 51% a oferta de campi por 290 cidades entre 2007 e 2016, segundo o MEC. Mas a qualidade não acompanhou a expansão, mostra o RUF 2016. A maior parte das novas instituições ocupa as últimas posições. O motivo: a incipiente produção científica.

É o caso da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará). Avaliada pela primeira vez no RUF, atingiu a 192ª colocação por ter zerado quase todos os indicadores de pesquisa. "Não temos professores suficientes, as obras estão paradas e a perspectiva é de o nosso orçamento, já deficitário, ficar 22% menor em 2017", diz o reitor Carlos Francês.

Naomar de Almeida, reitor da federal do sul da Bahia, diz que a universidade deveria ter 697 docentes, mas só há 160.

"Eu teria começado com poucos cursos para focar na estrutura", critica Tomaz Santos, reitor da Unilab (da integração internacional da lusofonia afro-brasileira), em Redenção (CE). Hoje, são 15 graduações funcionando em prédios improvisados.

BRASIL AFORA - Universidades federais mais jovens no RUF

A UFABC, com sede em Santo André (Grande SP), encabeça o movimento que cobra do MEC melhorias nas novas federais. Segundo o reitor Klaus Capelle Capelle, nem a sua universidade, pela quarta vez no RUF a melhor no quesito de internacionalização, está imune a problemas. "Não criamos nenhum curso nos últimos três anos e suspendemos várias obras."

O MEC afirma, por meio de nota, que os recursos previstos para as federais em 2017 serão maiores do que os encontrados pela atual gestão. Diz ainda que o governo Michel Temer (PMDB) restabeleceu R$ 4,7 bilhões do valor cortado neste ano.

Já os reitores dizem que a ampliação privilegiou o acesso da população local à universidade. "No primeiro ano de medicina, em 2014, havia só uma aluna da região. Agora, já são 31 para 40 vagas", diz Iracema Veloso, reitora da Federal do Oeste da Bahia.

BRASIL AFORA - Metade das universidades federais criadas recentemente está no Norte e no Nordeste do país

Mais opções
Publicidade