Cresce o número de escolas com programas que unem várias áreas

Reprodução/Facebook
Campus da Universidade Federal do ABC (UFABC)
Campus da Universidade Federal do ABC (UFABC), que oferece formação em mais de uma área
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O número de universidades federais com bacharelados interdisciplinares, cursos de graduação que se concentram em grandes áreas do conhecimento, quase dobrou nos últimos sete anos.

Em 2010, 11 das 63 universidades federais ofereciam os cursos. Hoje, 19 delas contam com as graduações que contemplam áreas como humanidades e ciências exatas.

A UFABC (Universidade Federal do ABC) foi uma das primeiras a oferecer a modalidade no país. Ali, os alunos começam seus estudos nos cursos de ciência e tecnologia ou de ciências e humanidades.

Terminado o ciclo interdisciplinar, que concede diploma de bacharel, pode-se partir para uma formação específica -como relações internacionais ou engenharia.

Além de uma formação básica variada, a modalidade permite ao estudante flexibilizar seu currículo, segundo Paula Ayako Tiba, pró-reitora de graduação da UFABC. "Mais da metade da grade curricular é composta por disciplinas escolhidas pelo aluno, que podem ser de qualquer área", afirma Tiba.

A liberdade de escolher as matérias a cada novo período, diz ela, faz com que o estudante ganhe maturidade.

Segundo Luiz Roberto Liza Curi, presidente da Câmara de Educação Superior do CNE (Conselho Nacional de Educação), esses cursos nascem com inovação na organização curricular, mas, a renovação não deve parar por aí.

"Os bacharelados interdisciplinares devem motivar novas práticas pedagógicas e aprofundar a pesquisa, integrando diferentes áreas", diz.

A avaliação desses cursos é ainda um desafio. Eles não possuem diretrizes curriculares nacionais e, por isso, não se encaixam no Enade, exame que mede o desempenho de alunos de ensino superior.

Hoje, eles recebem visitas de técnicos do Inep a cada três anos que renovam o reconhecimento do curso e dão uma nota de 1 a 5.

Para Paula Tiba, da UFABC, essa avaliação é mais adequada do que uma prova, já que esses cursos não possuem estruturas semelhantes.

Existem ainda graduações que contemplam campos mais novos, como ciências do mar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), do campus Baixada Santista. O aluno pode completar sua formação em cursos como engenharia de petróleo ou fazer pós-graduação na área.

O supervisor de telemarketing Anselmo Delgado, 35, é aluno do último ano de ciências do trabalho na Escola do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de São Paulo, e diz que o curso interdisciplinar abriu possibilidades. "Já penso na pós-graduação", diz ele.

Segundo a diretora Sirlei Márcia de Oliveira, a maior parte dos alunos do curso passou por outra graduação e já está trabalhando. "Isso enriquece a discussão em sala de aula." (Everton lopes batista)

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