Unifesp tem pior queda entre primeiras da lista

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Obras do novo campus da Universidade Federal de São Paulo no bairro dos Pimentas, em Guarulhos
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A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) foi a instituição que mais perdeu posições entre as 25 melhores nesta edição do RUF.

Do 12º lugar, em 2014, caiu para 22º no ranking deste ano (com 192 universidades).

A maior queda ocorreu na avaliação do mercado de trabalho, que é baseada em pesquisa com empregadores. A escola foi da 52ª para a 102ª colocação, o que mostra que a Unifesp não tem sido lembrada pelo mercado.

Mas há uma ponderação: a universidade é a única entre as melhores com menos de 10 mil alunos. Nesse indicador, o tamanho importa, pois quanto mais pessoas forma, maior é a relevância da instituição para as empresas.

A universidade também sofreu retração em outros dois aspectos: pesquisa (um posto) e inovação (nove). Em ensino (14ª) e internacionalização (10ª), ela se manteve.

Nos últimos quatro anos, a Unifesp, até então conhecida por cursos da área da saúde, fez a maior expansão de sua história. Criou seis campi e o número de cursos saltou de 20 para 51, incluindo administração e engenharia.

Se, por um lado, a escola passou a atender mais estudantes, por outro enfrenta problemas estruturais. As greves de alunos pedindo melhores condições de ensino são uma evidência disso.

"Ela pagou o preço por ter crescido sem planejamento", afirma Antonio Carlos Lopes, ex-diretor da Escola Paulista de Medicina, unidade mais tradicional da Unifesp.

Lopes cita como exemplos os campi de Osasco e Guarulhos, que funcionam em prédios alugados e ainda não tiveram suas obras concluídas.

Mayra Guanaes, 25, cursa letras, em Guarulhos. Ela reclama que a biblioteca da unidade tem número insuficiente de livros. "Demoro muito para fazer as pesquisas."

Uma aluna de 23 anos que está no último ano de medicina (e pede anonimato) afirma que há professores que preferem pesquisar e colocam pós-graduandos e técnicos para darem aulas.

OUTRO LADO

A pró-reitora de graduação da Unifesp, Maria Angélica Pedra Minhoto, reconhece os problemas provocados "pela rápida expansão". Mas, segundo ela, a universidade se planejou para dar conta desse crescimento, ao contratar mais professores.

"Cerca de 95% dos docentes têm doutorado, quadro difícil de ser visto nas demais federais", afirma.

Minhoto diz ainda que a prioridade, agora, é "fortalecer os cursos existentes, colocando em operação as obras dos novos campi."

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